O CAMINHO ESPIRITUAL DE PENTECOSTES A MICAEL
por Helena Otterspeer
por Helena Otterspeer
O verdadeiro significado atual das celebrações das festas do ano foi conferido pelo Mistério do Gólgota, pelo mistério da morte e da ressureição de Jesus Cristo, revelado em toda sua profundidade por sua vez no século passado pela antroposofia. O Mistério do Gólgota pôde reverter a linha descendente da evolução que partiu originalmente da vida em comunhão com os deuses e levaria à morte da matéria com a destruição do planeta e o conflito entre os povos. O redentor, Jesus Cristo ressuscitado, é o motor da renovação da ordem da vida, do planeta e da humanidade.
Desde então, as celebrações das Festas Cristãs desafiam a humanidade a poder tornar esse novo princípio da evolução atuante em todos os seus empreendimentos, em toda a sua relação com a Terra e seus reinos da natureza, com o céu e os seres divinos. Podemos ver as festas do ano cristão como o ensaio do que poderá se tornar uma realidade no futuro, uma realidade em que a humanidade como um todo conquistará a paz, formará uma nova Terra sem sofrimento, sem fome nem lágrimas, com uma qualidade de vida mais elevada, a vida eterna em espírito. As festas do ano são um dos caminhos da humanidade para encontrar o Cristo e passar a caminhar com Ele.
Um caminho para o desenvolvimento do futuro da humanidade é procurar entender o mistério do sacrifício de Cristo e com isso a própria natureza humana e sua meta. Essa compreensão é tão profunda e abrangente que, tendo sido conquistada, capacita o ser humano a ser um mensageiro e seguidor ativo do Cristo.
A primeira metade do ano cristão começa com o Advento e conduz à Paixão de Jesus Cristo e Sua Ressurreição. É o caminho de como Deus se torna Homem, com o Verbo Divino, que tudo gerou, derrama suas graças despertando e começando a viver na alma humana. O Filho de Deus se torna Homem em Jesus. Jesus Cristo ressuscitado é hoje o Filho do Homem, o primeiro a cumprir a meta da humanidade. Então começa a segunda metade do ano cristão, o caminho de como o Homem, seguindo o Cristo, torna-se um ser divino.
A primeira festa dessa segunda metade é a de Pentecostes. Segue-se então a festa de João que conduz, enfim, à festa de Micael.
O apelo da antroposofia consiste em compreender o caráter universal das festas cristãs, independente de qualquer religião, para que elas no futuro se tornem acontecimentos, enfim uma realidade para todos os povos e culturas. Pentecostes, 50 dias depois do domingo de Pascoa é, nesse sentido, um
acontecimento universal, uma vivência não restrita a uma confissão religiosa, mas que promove a indispensável atuação conjunta da humanidade com os seres divinos e assim também promove a evolução, a vida em todo o mundo.
Hoje vivemos numa época efervescente de guerras e muitos conflitos, de novos fenômenos sociais, que carecem de uma apropriada compreensão e que são causa de ardentes discussões. Alguns aspectos da antroposofia podem nos ajudar, por um lado, a compreendê-los e, por outro, a encontrar formas de conduta apropriadas para o futuro.
Nesse sentido vivemos em uma época desafiante. Nas antigas culturas pré- cristãs a vida social estava inserida dentro de uma ordem espiritual, que todo um povo compartilhava e que se tornava frutífera na vida cotidiana. Com o desenvolvimento da consciência individual e do materialismo, essa inserção numa ordem espiritual que rege todos os âmbitos da vida não é mais óbvia e tem de ser reconquistada pessoalmente e pela sociedade como um todo, respeitando os livres caminhos de cada um.
A antroposofia é uma dádiva do mundo espiritual que, no momento necessário, nos foi trazida pelo espírito regente da época, Micael, e revelada por Rudolf Steiner para que tenhamos instrumentos para lidarmos com os grandes desafios da atualidade e do futuro. Ela não deve ser compreendida como um compêndio de visões, normas e juízos, mas deve estimular o interesse pelos enigmas atuais e a confiança de que a humanidade pode superar as crises quando imbuída de conhecimentos espirituais. A antroposofia pode se tornar uma fonte de fortalecimento interior para, com coragem e confiança, irmos de encontro ao chamado da época, buscando o bem da humanidade e da Terra.
Agora lanço alguns pensamentos sobre a Festa de Pentecostes, segundo a palestra de Rudolf Steiner, em Colônia, no dia 9 junho de 1908 (GA 98), que tem desdobramentos para as demais festividades do ano:
“O ser humano deve olhar para o mundo espiritual, para que venha a atuar bem na vida prática ao invés de estar sempre criando obstáculos para ela.”
Trata-se, nessa mencionada palestra, de avaliar bem concretamente o comportamento do ser humano na sua consciência de vigília durante o dia. Durante a sua consecutiva jornada noturna, cada alma leva para os seres espirituais todas as suas vivências e atuações diurnas. Se estas estão em disparidade com a ordem espiritual dos seres divinos, que pode ser caracterizada pelos critérios de verdade, de justiça e da pureza, então a ação noturna benigna dos anjos não pode ser totalmente cumprida e, ao acordar, o ser humano traz para o âmbito terreno seres elementares nocivos para o plano físico, que com muita eficiência promovem a discórdia e a injustiça e perturbam os sentidos humanos.
Se, por outro lado, o ser humano tiver os sentidos abertos para a realidade espiritual, e assim também uma conduta apropriada para o bem de todas as criaturas, então o mundo divino lhe concederá imensas dádivas. Uma das principais dádivas de Pentecostes, dádivas do Espírito, é a linguagem advinda de uma consciência espiritual baseada na verdade, o dom de dizer a palavra certa na hora certa, palavra que desperta a consciência da justiça e leva a uma atuação para o bem comum.
Essa é apenas a primeira das dádivas concedidas à alma humana depois de ter acolhido, como uma flama vinda do alto, o espírito de Cristo em si: Cristo em mim, Eu no Cristo.
Na Festa de São João, essa primeira dádiva conduzirá à fortaleza e à perseverança para poder, mesmo em condições adversas, testemunhar a atuação do Cristo, para se tornar apto ao sacrifício que conduz à transformação e à superação da natureza terrena e transitória na conquista do espírito eterno.
Continuando nesse caminho, a alma humana poderá compartilhar na época do arcanjo Micael a Sua coragem e a Sua seriedade, para com o Seu discernimento reconhecer as forças adversas e, com renovada disposição anímica, preparar a atuação do Cristo.
Micael foi o regente da inteligência cósmica e confere ao ser humano, hoje, a capacidade de formar com seus pensamentos órgãos superiores de percepção. O pensar pode se transformar num pensar micaélico, cujo conhecimento superior se lhe apresenta como uma revelação. Revelação tal que imbui o ser humano do corajoso e vigoroso impulso de colaborar com a obra do Cristo. Micael é denominado desde séculos como a face de Deus; e especificamente hoje, como a face do Cristo.
O pensamento de Pentecostes nos permite reconhecer que:
“Através de sua atuação na Terra os seres humanos podem formar espaços apropriados para a descida de entidades espirituais que, então, colaboram para a espiritualização do mundo.” (GA 98)
Aquilo que o ser humano realiza no mundo exterior deve ser uma imagem do mundo interior. Para isso, torna-se necessário reconhecer o que é verdade, o que é justo e o que é real. Sem isso o ser humano - mesmo que seja inconsciente e involuntariamente - espalha a mentira, a injustiça e a confusão, produzindo seres elementares que dificultam a atuação de seres espirituais na Terra e, consequentemente, impossibilitando a realização da meta da evolução terrena.
Podemos afirmar que tais seres estão agindo com muito sucesso na humanidade a ponto de muitas pessoas não conseguirem discernir o que é verdade e o que é justo e bom. A Festa de Pentecostes conduz à Festa de João, que clama pela transformação da alma humana, pela sua purificação, para que possa acolher o Cristo em si e colaborar com Sua obra. Conduz também, consecutivamente, à Festa de Micael, que confere à alma humana o vigor para se defrontar com as forças do mal, conhecer como estas atuam e superá-las, estabelecendo a justiça, a verdade e o bem.
O mundo em que vivemos tem uma origem divina, pois foi criado por Deus, pelo Verbo Divino primordial, no qual, segundo as palavras do prólogo de João Evangelista, estavam contidas toda a vida, toda a luz e todo o amor divino, antes até mesmo de que houvesse o tempo e o espaço. Nosso mundo está todo permeado pela vida e pela luz original e divina, pelos laços divinos entre todas as criaturas. O ser humano é o único na Terra que pode conscientemente ser testemunha desta luz, desta vida, destes laços de amor. Se ele os nega, se ele, portanto, não colabora com o mundo divino, ele está destinado a se desligar deste mundo - o que significa rechaçar a sua própria existência e natureza que, em outras palavras, significa a morte: a morte da própria alma.
“Assim vemos que por estarem em harmonia com o mundo espiritual, os seres humanos também colaboram com ele; pelas ações humanas se torna possível no âmbito do Espírito conseguir que entidades superiores desçam e se inclinem para a Terra e para a humanidade.” (GA 98)
Temos uma enorme responsabilidade diante dos acontecimentos do mundo. Olhemos para eles na procura de reconquistar com a nossa consciência e, com os nossos atos, a perdida colaboração dos seres divinos na evolução para alcançarmos assim:
a unidade da vida que sana as urgentes questões climáticas;
a unidade da paz que sana as guerras e conflitos entre os povos e indivíduos;
a unidade da solidariedade no âmbito social que sana as injustiças;
a unidade e o equilíbrio da alma que sana seus males interiores.
Em vários países, sobretudo do Ocidente, somos hoje solicitados a nos adaptar a novas maneiras de pensar e de nos comunicar. Apesar dessa crescente possibilidade de escolhas, expressa atualmente no conceito da diversidade e do livre-arbítrio, a alma humana tem uma grandiosa predeterminação que é a prioritária, cujas muitas outras metas são secundárias e, portanto, subordinadas à primeira. Essa meta é a de se tornar a morada do Espírito, se espiritualizar, ou seja, alcançar a vida espiritual em eterna comunhão com os seres espirituais, em comunhão com a fonte da vida e da luz divinas. Se realmente estivéssemos imbuídos dessa certeza, estaríamos já bem próximos de uma paz entre os povos e de uma paz interior. Essa meta, inerente à humanidade desde os seus primórdios, só poderá ser alcançada em liberdade e amor.
A chama de Pentecostes é a chama da espiritualização da alma humana, ela acende a consciência do Eu e com isso fundamenta a liberdade na humanidade. A conquista da liberdade acontece por meio do firme propósito de empreender a procura pelo conhecimento espiritual superior, que, por um lado, exige a humildade de João de se dispor a uma transformação radical e, por outro, a seriedade de Micael diante de sua tarefa de enfrentar o mal por meio das forças da luz divina, ou seja, por meio do conhecimento superior e da consciência livre.
O nosso cenário atual, no entanto, é bem outro: como escapar da polarização surgida pelo questionamento de comportamentos devido a divulgação caótica e invasiva de diferentes opiniões?
As celebrações das Festas Cristãs nos convidam a uma reflexão, a uma pausa nessa enchente que se agrava como dilúvio de novos acontecimentos e novas informações em que todos estamos imersos. As Festas nos dão a chance de vivenciar a verdadeira natureza da alma humana.
O que podemos dizer sobre a alma humana?
A pergunta sobre a natureza da alma é latente, imanente ao ser humano e foi colocada em todas as culturas desde os primórdios da humanidade. As mitologias, os contos populares, as lendas, as escrituras sagradas - e hoje a antroposofia - tentam desvendar a natureza da alma humana. Todas essas imagens e conteúdos são alimento para uma vida interior harmoniosa. A alma humana está, como todo o nosso planeta e toda a humanidade, em constante evolução.
Para as culturas antigas, a alma humana tem certamente uma origem divina, “descende” da alma cósmica universal, e em muitas dessas culturas era representada por uma deusa. No Egito, por exemplo, se tratava de Ísis, esposa e irmã de Osíris e mãe de Hórus. Já no cristianismo, olhamos para a virgem cósmica, descrita no capítulo 12 do Apocalipse: vestida com o sol, prestes a dar à luz a criança cósmica, que logo é ameaçada pelo dragão. A meta da evolução da Terra é manifestar uma humanidade que seja portadora do espírito do Cristo, gerado na alma humana. A alma humana poderia ser descrita como o regaço maternal do mundo, aonde vai ser gerado pelas forças de Cristo um novo ser espiritual: o Eu Superior do ser humano. A alma humana é o palco central dos acontecimentos da evolução da Terra. Portanto não é de se admirar que ela seja contestada pelas forças adversas.
Na civilização atual, dominada pela tecnologia, pelos interesses ligados à indústria, ao comércio e ao consumo, trata-se de ressaltar e resguardar as qualidades intrínsecas da alma, para que se salve a própria qualidade do que é humano.
Hoje, ouve-se aqui e ali a afirmativa de que cada um tem a sua verdade. De fato, cada ser humano vive num determinado contexto geográfico, histórico, cultural e biográfico. Também a ciência está sempre rechaçando, corrigindo formas antigas e desbravando novas formas de conhecimento. No entanto, a verdade, em espírito, é única para todos os seres vivos, assim como o sol é único e brilha para toda a infinidade de seres viventes na Terra. A verdade se torna evidente quando dentro da alma começa a viver o Eu Superior.
A vivência da verdade é essencial para a saúde da alma.
Na antiguidade, eram os iniciados que relatavam seu conhecimento sobre o espírito do sol e como este estava ligado à evolução da humanidade. Desse conhecimento, dessa sabedoria cósmica, jorrou toda a grandiosidade das antigas culturas, de cujos frutos ainda aproveitamos. A princípio, a guia espiritual para os iniciados nunca era questionada, sendo aceita em unanimidade por todo o povo. Quando a consciência individual foi despertando, os processos de iniciação foram se degenerando e, então, tornou-se urgente encontrar a nova fonte que levaria à verdade.
A voz dos iniciados teve de ser substituída pela voz interior. O chamado anunciado há milênios - “conheça-te a ti mesmo” - continua a ressoar, mas exige agora novas formas de realização. A alma humana não encontra mais o espírito do sol atuando no mundo exterior, mas poderá encontrar o Cristo atuando em seu próprio íntimo por meio de seu Eu Superior.
Micael, o arcanjo regente da nossa época, consegue apelar em auxílio das faculdades anímicas atuais do ser humano para que este encontre a resposta para a pergunta do autoconhecimento. O raciocínio intelectual hoje está viciado por deduções que se aplicam mais ao âmbito da técnica e do comércio, não se aplicando à vida social, à educação, à cultura nas suas respectivas áreas da ciência, da arte e da religião. Temos que formular novas perguntas que digam respeito também à alma e ao espírito humanos.
Uma resposta atual a essa pergunta milenar do autoconhecimento foi oferecida pela antroposofia. No entanto, essa resposta só poderá ser compartilhada com o mundo divino, e nos fortalecer, com estudo, com uma nova atuação em várias profissões, por exemplo, como médico antroposófico, como professor Waldorf, como agricultor biodinâmico, como pais, como políticos que compreendem a trimembração do organismo social, como amigo, como sacerdote; todos no sentido de servir ao impulso do Cristo hoje.
Atuando segundo a ciência espiritual, as nossas vivências diurnas poderão ser completamente acolhidas pelos seres divinos durante os períodos de sono, e quando acordarmos vamos trazer à nossa consciência as dádivas do Espírito como resposta àquilo que ofertamos ao mundo divino durante a noite.
Diante dos fenômenos atuais e inspirados pela própria natureza divina da nossa alma, podemos dizer que hoje se trata de salvaguardar a criança espiritual, o Eu Superior que despertou na alma humana em Pentecostes. A primeira infância é uma determinada fase na encarnação em que, embora de maneira inconsciente, o Eu humano ainda trabalha intimamente ligado ao Cristo para formar sua corporalidade, seu instrumento de desenvolvimento e de realização na Terra. Com que sabedoria e perfeição cresce e se desenvolve um recém-nascido nos primeiros três anos de vida. A criança espiritual na alma do adulto, por outro lado, vai crescer e se desenvolver com saúde e força se este aprofunda - agora de uma forma consciente e livre - sua relação com o espírito do Cristo.
Esse é o maior desafio, a prioridade na época atual: chegar a compreender o significado do Mistério do Gólgota, o significado do surgimento da nova vida pela morte, para todo o desenvolvimento futuro.
Para tal, é necessário superar e transformar justamente o pensamento lógico e racional que foi desenvolvido desde o século XV até o final do século XIX no campo da ciência natural durante a regência do arcanjo Gabriel. Esse pensamento deve ser transformado pelas forças do arcanjo Micael, o regente espiritual da nossa época, visando alcançar o conhecimento superior, tornando-se um pensamento vivo não ligado ao cérebro.
O Cristo é, para a alma, a luz do mundo, a água, o pão da vida. Quem carrega o espírito do Cristo na sua alma aceita os desafios atuais e tenta com todo seu empenho fortalecer e defender os mais elevados valores humanos: criar as pontes entre os indivíduos e os povos. Esta também é a tarefa de Micael, que está se elevando da sua condição de arcanjo à condição de arqueu, ou seja, de Espírito do Tempo, e como tal é um espírito cosmopolita que promove a compreensão entre os povos.
Portanto, assim como pela vivência de Pentecostes os apóstolos se sentiram enviados para anunciar com uma linguagem universal a nova mensagem do mundo divino para toda criatura, assim também devemos encontrar, hoje, com a ajuda da antroposofia, a rica e universal linguagem apropriada que irá tocar a alma humana atormentada pelos assaltos de seres elementares da discórdia e das forças adversas. Linguagem que abranja não apenas um, mas vários pontos de vista; que abranja as doze qualidades e os doze aspectos da verdade, que nos torne livres e fundamente uma paz universal.
Essa linguagem espiritual não causa nem fomenta polarizações. Ela poderia ser comparada à espada de luz de Micael, que com ela consegue se equilibrar sobre o dragão; consegue equilibrar as forças adversárias para as conter e pô-las a serviço da evolução. Micael não olha para baixo, para o dragão que poderia engoli-lo ou paralisá-lo. Se nos restringirmos a olhar somente para as catástrofes atuais também poderemos ficar estarrecidos. Micael olha para o futuro, para a meta espiritual da humanidade, com a face estando orientada para a mesma realidade da face do Cristo. Pelo olhar de Micael, o mundo físico, com todos os seus conflitos e perturbações, pode se tornar transparente para a meta futura, pode se tornar transparente para a atuação do Espírito em toda parte.
Assim, com seu olhar, Micael ergue a força interior da alma humana para servir ao espírito, que ela vislumbrou na sua luz. As soluções para várias questões da humanidade não são imediatas nem simples como muitas vezes se apresentam no plano físico ou nos planejamentos políticos. Elas exigem bastante esforço de cada um, bastante confiança, coragem e perseverança, bastante disposição para se transformar, para superar os próprios limites.
Somos eternos aprendizes, e os frutos do aprendizado da humanidade transformam o mundo. Procuremos encontrar a serenidade e equanimidade -- frutos da nossa convicção de que somos todos enviados do Pai para encontrar o Cristo na Terra. A união mística da alma humana com o Cristo gera a nova Terra: a morada de todos os seres espirituais dentre os quais encontrar-se-ão os seres humanos espiritualizados, irradiando vida, luz e amor como um sol.
Helena Otterspeer é brasileira residente na Alemanha e é atualmente sacerdote emérita na Comunidade de Cristãos. É mãe de dois filhos e tem formações nas áreas da física nuclear e da educação e pedagogia Waldorf.