Cantoterapia
antroposófica no Brasil
antroposófica no Brasil
por Francisca Cavalcanti
A Cantoterapia fundamentada pela Escola Desvendar da Voz, foi desenvolvida pela cantora e terapeuta sueca Valborg Werbeck-Svärdström, nascida na Suécia em 1879 e falecida na Alemanha em 1972.
As relações do canto com o ser humano foram profundamente pesquisadas pela cantora e terapeuta de canto sueca Valborg Werbeck-Svärdström em estreito trabalho com Rudolf Steiner. A Sra. Werbeck trabalhou na Europa ao lado de conceituados médicos, como Dr. E. Kolisko, Dr. E. Marti, Dr. K. König, Dr. O. Neeracher e Dra. Ita Wegman.
O resultado de sua pesquisa foi apresentado pela primeira vez no seu livro “A Escola Desvendar da Voz”, traduzido para o português e editado pela Ed.Antroposófica. Também traduzido para o português temos 8 Palestras de Dr. Eugen Kolisko, sobre os aspectos do canto no trabalho social-higiênico-terapêutico. Os elementos do canto e as leis da Música são compreendidos como forças arquetípicas que constituem o ser humano como um ser físico, anímico e espiritual.
Ao praticar os exercícios terapêuticos do canto se abre, através de uma ausculta atenta, um caminho mais profundo de autoconhecimento, reveladores da própria Identidade e o fortalecimento de sua organização individual. Enquanto o som vibra e atravessa a configuração humana, o fluxo do éter químico-sonoro vive artisticamente, criando movimento e fazendo surgir um novo estímulo e calor ao organismo vital, o portador das forças curativas.
Através das vogais as vivências e qualidades diferenciadas da alma e suas forças planetárias encontram tanto a sua expressão como a sua interiorização. E com ajuda das consoantes são estimuladas as forças plásticas, atuantes na configuração do ser humano, da cabeça aos pés.
A respiração, que é base da formação de cada fonema e dos tons musicais, vem a ser vivificada e harmonizada, atuam novamente no equilíbrio do ser humano inteiro.
Na terapia do canto, fazendo uso dos elementos musicais, escalas, forças tonais, dinâmicas de harmonia, vogais, consoantes, se expande a ressonância da voz e os movimentos rítmicos respiratórios, que são realizados individualmente ou em grupo através de exercícios, sob a supervisão de um terapeuta de canto.
A Cantoterapia é indicada nos distúrbios da voz e das vias respiratórias, na expressão e como terapia auxiliar nos processos biográficos, nos transtornos crônicos do metabolismo, nas doenças degenerativas e inflamatórias crônicas, nos distúrbios funcionais, nas doenças psicossomáticas e neuropsiquiátricas e também como terapia auxiliar no câncer. Vem sendo eficazmente aplicada também nos transtornos de desenvolvimento e na pedagogia social e terapêutica.
Não é necessário saber música para fazer a terapia com o canto.
Foi em 2005 que o Prof. Thomas Adam se dedicou ao impulso de uma formação em Cantoterapia no Brasil, contando com a organização e coordenação de Francisca Cavalcanti em Florianópolis, criando com este impulso a Escola Raphael de Canto e Cantoterapia, fundamentada pela Escola Desvendar da Voz, na Associação SAGRES.
Em 2006 foi realizado em Florianópolis, um workshop dirigido à divulgação desta formação, trazendo como resultado, o interesse de terapeutas, médicos, pedagogos, profissionais e estudantes de diferentes áreas.
A partir daí duas turmas de FORMAÇÃO em CANTO e CANTOTERAPIA foram realizadas em Florianópolis: Turma I 2007-2011, Turma II 2012-2016, como formação livre com a duração de 4 anos em caráter modular, totalizando 16 módulos, na Associação SAGRES, Florianópolis. E também uma turma de formação no Chile, em Pirque 2013-2016.
A partir de 2018 a formação passou a ser um curso de Pós-Graduação Lato Sensu, Especialização em Canto e Cantoterapia, pela Faculdade Rudolf Steiner. Continuando sob a coordenação de Francisca Cavalcanti, passou a contar com um colegiado formado por cantoterapeutas brasileiras. O curso conta também com docentes convidados, médicos e euritmistas.
Grupo responsável:
Adréia Anhezini - aanhezini85@gmail.com
Daniela Ehrenwinkler – danielaehren@gmail.com
Francisca Cavalcanti – musicoterapia@franciscacavalcanti.com
Maria Inês Nigro Campos – inesnigro@hotmail.com
Meca Vargas – mecavargas@gmail.com
A Musicoterapia é uma terapia muito antiga e ao mesmo tempo muito nova. Antiga, porque já era praticada no Oriente antes do advento do Cristo. Por exemplo, Pitágoras, o grande matemático e músico, estudou as leis do universo musical baseado nos números. Desenvolveu os modos musicais e os aplicava como terapia individualmente e em grupos. Nova, porque o verdadeiro conhecimento auditivo se desgastou com o grande cultivo da visão nos Séculos 19, 20 e 21 e com o desenvolvimento fonográfico e eletrônico.
Hoje, na época dos movimentos ecológicos em busca da Salutogênese (princípio da saúde), a Musicoterapia ressurgiu como possibilidade terapêutica, baseada na tecnologia, mas também na pesquisa científico-espiritual e na revitalização do ouvir humano. A própria co-criatividade do ser humano moderno nessa jornada nos mostra o quanto o trabalho através da Música pode se tornar um dos grandes agentes de transformação individual e social.
Nesse sentido, a Musicoterapia trabalha na relação do EU consigo mesmo (desenvolvimento individual) e por isso é indicada para Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - Distúrbios Neurológicos - Vício - Estimulação Global (bebês e idosos)- Rigidez Muscular - Coordenação Motora - Autocontrole e Autoconsciência – Câncer - Doenças Psicossomáticas, mas, sobretudo, através da preservação, reabilitação, da autoestima e do estímulo da vontade.
Trabalha na relação EU com o outro (expressão própria e desenvolvimento social) sendo indicada na Comunicação: Distúrbios da Linguagem, Distúrbios de Aprendizado e Conduta Antissocial. O diagnóstico tem que levar em conta os inúmeros aspectos não fixáveis de antemão, como a vibração do som, as suas variações de freqüência e intensidade, os elementos da música, a qualidade dos instrumentos musicais, a capacidade auditiva, o processamento mental e psíquico do próprio paciente, bem como seu berço e origem cultural.
Na Musicoterapia Ativa, os diversos instrumentos musicais usados como flautas, liras, rabecas, saltérios, gongos, címbalos e tambores são objetos intermediários na relação do homem consigo e com o mundo e espelham através do seu tocar pelos elementos da Música (melodia, harmonia e ritmo) padrões mentais, emocionais, de comportamento e de ação, temperamentos, e tipos planetários, que podem ser transformados.
Na Musicoterapia Receptiva o próprio som dos instrumentos acima citados se transmite em suas qualidades por meio do tocar do terapeuta. Nesse caso se destaca como instrumento arquetípico a Mesa-Lira, instrumento com 42 cordas que acompanha 7 tubos afinados em intervalos de quintas, (mais informações no www.ouvirativo.com.br). Esse instrumento promove uma extraordinária revitalização e relaxamento muscular, estabelecendo um calmo ritmo de respiração no paciente, desacelerando o trabalho do Sistema Nervoso, ativando o Sistema Rítmico e Sistema Metabólico, ampliando o bem-estar físico e psíquico. O paciente deitado recebe a vibração do som das cordas tangidas pelo terapeuta. Os 7 tubos que estão alinhados aos 7 chakras (centros energéticos localizados no corpo humano) e aos tons dos 7 planetas, possibilitam atuar na harmonização e no equilíbrio do paciente. Indicado para Stress, Tensão, Dores musculares, Ansiedade, Nervosismo, Pressão alta, Fibromialgia, Parkinson, Recuperação Pós-Traumática e Pós-Operatória.
A Musicoterapia com fundamento na antroposofia está buscando o seu lugar no Brasil por meio de um Curso de Formação. As musicoterapeutas Daniela Ehrenwinkler, Francisca Cavalcanti, Maria Inês Nigro Campos e Meca Vargas estão à frente desse projeto.