Breve história da Euritmia
Em 1912, atendendo ao anseio de uma jovem por um "tipo de dança ou ginástica" que pudesse se harmonizar com o conhecimento espiritual do ser humano, Rudolf Steiner deu as primeiras indicações para a criação de uma nova arte de movimento, baseada na concepção de mundo e na visão do ser humano segundo a Ciência Espiritual Antroposófica. Foi a jovem Lory Meyer-Smits, com seus 19 anos, que desenvolveu os primeiros elementos dessa nova arte, sempre sob a orientação de Rudolf Steiner e, muito em breve, com a participação de Marie Steiner von Sivers. Logo a seguir uniram-se a ela outras personalidades que participaram da ampliação paulatina dos elementos dessa nova dança. Mesmo durante a 1ª Guerra Mundial o trabalho se manteve secretamente.
Em 1919 foi fundada a primeira Escola Waldorf e a Euritmia foi incluída como matéria fundamental do currículo. Também com o desenvolvimento da Medicina Ampliada pela Antroposofia, Rudolf Steiner deu inúmeras indicações para uma aplicação terapêutica dos elementos eurítmicos, proferindo 8 palestras, de 12 a 18 de abril de 1921, que constituem o curso de Euritmia Curativa.
Se inicialmente o desenvolvimento da Euritmia se deu através do contato pessoal entre as euritmistas, já em 1922 se percebeu a necessidade de se ordenar e sistematizar os conteúdos desenvolvidos para a constituição de uma espécie de Conservatório de Euritmia, e foram organizados alguns cursos por Alice Fels, agora por períodos mais extensos. Em 1923 surgiu a Escola de Euritmia de Stuttgart, sob a direção de Marie Steiner.
Em 1924 fez-se necessário que Rudolf Steiner reunisse em dois grandes cursos o conteúdo das pesquisas desenvolvidas até então; foi assim que ele proferiu de 19 a 27 de fevereiro as 8 palestras do curso Euritmia Como Canto Visível, e de 24 de junho a 12 de julho de 1924 as 15 palestras do curso Euritmia Como Fala Visível, que constituem a obra básica da Euritmia.
Nesse mesmo ano Rudolf Steiner elaborou, juntamente com os professores da Escola de Euritmia, um currículo para a formação de euritmistas, no qual constam as matérias Métrica e Poética, Teoria Musical, Geometria, Antropologia (com enfoque na Anatomia, na formação e desenvolvimento dos órgãos, nas múltiplas relações de movimento, na relação do esqueleto com as leis musicais e na formação da fala pela laringe), canto e recitação, pedagogia e Antroposofia. Em 1935 a direção dessa instituição é dada a Else Klink.
Durante a 2º Guerra Mundial o trabalho com a Euritmia continua de forma oculta, como em "catacumbas". Com o término da guerra retomam-se as atividades artísticas para o palco até que, em 1946, a Escola de Euritmia de Stuttgart pode reassumir seus trabalhos.
Com o passar dos anos muitos euritmistas também vieram a ministrar inúmeros cursos e publicar trabalhos, livros e artigos sobre essa nova arte, inclusive sobre sua aplicação pedagógica e terapêutica. Nas últimas décadas surgiram diversos cursos de pós graduação em Euritmia, em diversos países.